Vizinha do aterro sanitário da empresa ESSENCIS SOLUÇÕES AMBIENTAIS, na Cidade Industrial de Curitiba, a Ocupação Tiradentes é formada por 64 famílias que podem ser despejadas devido à reintegração de posse pedida pela empresa ESSENCIS SOLUÇÕES AMBIENTAIS do Grupo Solvi. Eram 800 famílias em 2015.
Viver ao lado de um aterro sanitário, por quase 8 anos, sentindo dia e noite o odor dos resíduos industriais, o cheiro do lixo domiciliar, com o risco pessoal e da família com as suas saúdes, sem perspectivas de terras e sem moradias, é degradante para todos os seres humanos.
Quem são esses personagens da vida em Curitiba, no Paraná?
Aterro sanitário da Essencis e ao aldo esquerdo acima a Ocupação Tiradentes em 2023
Uma empresa privada dona do aterro sanitário, a ESSENCIS SOLUÇÕES AMBIENTAIS e 64 famílias ocupantes da Ocupação Tiradentes em Curitiba, no Paraná, estão em litigio que tem por palco uma enorme área ao lado do empreendimento do Grupo Solvi.
A ESSENCIS SOLUÇÕES AMBIENTAIS dona da área e do aterro sanitário de resíduos classe II – Perigosos e classe I – Não Perigosos, empreendimento instalado e operando na Cidade Industrial de Curitiba, no Paraná, demorou quase 8 anos para entender que há responsabilidade social quando se constrói um empreendimento com altíssimo potencial poluidor. Ou estou errado?
O ar que respiramos vem a ser a mistura de gases que compõem a atmosfera da Terra. Ele é composto principalmente de nitrogênio, oxigênio e argônio. Os demais gases incluem gases de efeito estufa como vapor de água, dióxido de carbono, metano, óxido nitroso e ozônio. Ar filtrado contém traços de vários outros compostos químicos. Muitas substâncias naturais devem estar presentes em pequenas quantidades em uma amostra de ar não filtrada, incluindo poeira, pólen e esporos, cinzas vulcânicas, compostos de flúor, mercúrio metálico e compostos de enxofre como dióxido de enxofre.
Mas viver ao lado de um centro de tratamento de resíduos industriais – Classe I – Perigosos e Classe II Não Perigosos, não respiramos somente a mistura de gases que que compõem a atmosfera da Terra.
A composição do ar pode mudar pois os gases produzidos pelas grandes corporações (os gases não naturais) resultam em uma poluição do ar indesejada.
Com o processo da industrialização e da urbanização intensificou-se ainda mais a poluição e, consequentemente, aumentaram os riscos para a saúde ambiental e das pessoas, como o surgimento das doenças respiratórias. A poluição do ar é um fenômeno crescente e parece não ter freios. E a poluição do ar tornou-se um dos principais fatores de risco devido à exposição contínua.
Os altos níveis de poluição atmosférica podem afetar drasticamente as funções orgânicas pulmonares e desencadear doenças respiratórias, como a asma e bronquite crônica. A poluição do ar também aumenta em grande número o risco de doenças cardiovasculares agudas, como o infarto, doenças arteriais e outras.
Ou seja, viver ao lado de um aterro sanitário nas 24 horas, respirando o ar poluído, é “morrer aos poucos”.
Em 17 de abril de 2015, às vésperas de do DIA DE TIRADENTES (21 de abril), aproximadamente 800 famílias de sem tetos ocuparam um terreno urbano localizado no bairro Cidade Industrial de Curitiba, com área total de 145.000 metros quadrados, de propriedade da ESSENCIS SOLUÇÕES AMBIENTAIS.
Para a grande maioria dessas pessoas, buscava um pedaço de chão e a oportunidade da melhoria da sua qualidade de vida. Parte maior dos ocupantes da área eram de pessoas reféns de aluguéis, o que reduzia consideravelmente o poder aquisitivo e assim itens básicos e essenciais como alimentos, vestuário e medicamentos acabavam sendo suprimidos do dia a dia dessas pessoas. Estava lá a oportunidade de ter um teto. Será?
Dava-se nesta data a instalação da OCUPAÇÃO TIRADENTES, em Curitiba/PR, assim denominada pelo movimento por moradia. Pessoas desesperadas optaram por morar ao lado de um aterro sanitário de resíduos sólidos urbanos e industriais, um empreendimento de altíssimo potencial poluidor da ESSENCIS SOLUÇÕES AMBIENTAIS.
A falta de oferta de moradias e em condições que atendam as classes com rendas mais baixas, ou seja, a falta de políticas públicas direcionadas a esse público mais carente, acarreta ações como a que estamos relatando em que por falta de opções dessas famílias que ocuparam um terreno ao lado de um aterro sanitário de resíduos industriais e domiciliares, local extremamente impróprio para a convivência humana.
Vários questionamentos podem ser feitos para as autoridades que deveriam estar na busca, e essa busca deve ser incessante, para solucionar o problema enfrentado por famílias que no desespero ocuparam um local tão insalubre.
Um desses questionamentos é porque o poder público detentor de inúmeras áreas dentro do município de Curitiba, capital brasileira “cantada em versos e prosas” como a melhor do país, não oferecem um terreno a essas famílias para que dentro de um padrão organizado construam os seus lares?
Correm notícias de ponta a ponta de Curitiba, e líder comunitário pode apontar, de que uma grande área pertencente ao Município de Curitiba, muito próximo a Cidade Industrial de Curitiba, local da Ocupação Tiradentes, foi vendida pela Prefeitura de Curitiba para a iniciativa privada que lá construiu centenas unidade habitacionais, deixando de lado ou não se preocupando com as pessoas que diariamente estão respirando ar poluído, o odoro de gases de produtos químicos, o cheiro do lixo, e a falta de estrutura da área em que não deveriam estar vivendo e criando seus filhos e netos.
Mas outra pergunta importante diz respeito a responsabilidade social da empresa de resíduos Essencis, que a tudo assiste e não oportuniza apresentar as autoridades algum projeto social, uma parceria talvez, para tentar reverter a situação degradante em que tentam viver as famílias que ainda insistem e resistem naquele pedaço de terra na Ocupação Tiradentes.
A Ocupação Tiradentes fica localizada na Cidade Industrial de Curitiba. Hoje lá restam apenas 64 famílias lutando pelo direito de moradia desde 17 de abril de 2015.
O presidente da Ação Ambiental Jadir Silva de Lima é um dos autores de ações na Justiça do Paraná e representações protocoladas no Ministério Público do Estado do Paraná contra o aterro sanitário da ESSENCIS SOLUÇÕES AMBIENTAIS na Cidade Industrial de Curitiba.
O local já esteve ocupado por aproximadamente 800 famílias que foram encontrando novos locais para viverem, longe do aterro sanitário que recebe resíduos sólidos urbanos e industriais, perigosos e altamente tóxicos.
As famílias que dali saíram, sequer olharam para trás, visto que o terreno que ocupavam em busca de uma vida melhor e a conquista do sonho da casa própria, jamais poderia ser utilizado para moradias de seres humanos.
A grande maioria das famílias que se alocaram ao lado do aterro sanitário da empresa ESSENCIS SOLUÇÕES AMBIENTAIS, no bairro Cidade Industrial de Curitiba, construíram suas moradias com materiais descartados em obras na cidade de Curitiba.
O resultado dessas construções, levantadas com restos de materiais de construção coletados pelos próprios ocupantes da Ocupação Tiradentes, são habitações altamente frágeis, sem o mínimo conforto e segurança para seus moradores.
Nessa narrativa, que nada mais é do que um retrato da vida real, restam inúmeros questionamentos que deveriam ser colocados a mesa para que situações similares nunca mais voltem a acontecer.
Mas parece que tudo está mudando.
A ESSENCIS SOLUÇÕES AMBIENTAIS promoveu a reintegração de posse da área onde está a Ocupação Tiradentes. Ainda não teve sucesso de despejar os moradores da Ocupação Tiradentes.
Os moradores já se articularam para impedir que sejam despejados do local onde se encontram. Estão lá há 8 anos. E nada se fez. Nem a iniciativa privada nem a pública. Deixaram por quase 8 anos centenas de pessoas respirarem o ar poluído, sentirem o cheiro do lixo e viverem sem uma melhor qualidade de vida que tanto almejam.
Será que a empresa ESSENCIS SOLUÇÕES AMBIENTAIS proprietária da área onde está a Ocupação Tiradentes, pode apresentar um trabalho ou projeto social que venha a ajudar o poder público e as próprias famílias (64) a encontrarem uma solução para o caso da Ocupação Tiradentes? Entra aí a responsabilidade social do empreendedor de um aterro sanitário.
Nunca é tarde para exercer a responsabilidade social, demonstrar que é possível conciliar negócios com soluções sociais e ambientais andando lado a lado.
Espera-se pelo grande anúncio da Essencis!
Para que os moradores da Ocupação Tiradentes, as 64 famílias que lá estão há quase 8 anos, tenham a oportunidade de deixar a área, sem se submeter ao despejo da reintegração de posse e irem para um novo local em Curitiba/PR, para o bairro Tiradentes! Há áreas disponíveis. Falta vontade política.
Quem sabe os empresários da SOLVI ESSENCIS tomem a iniciativa e façam uma parceria e um projeto social para que se proporcione a moradia a quem está há quase 8 anos na Ocupação Tiradentes.
Faltou vontade política ao prefeito de Curitiba Sr. Rafael Greca para que a Ocupação Tiradentes apenas seja uma fração da história e que lá se faça uso da área industrial com a finalidade prevista no Plano Diretor.
Acima a Essencis e a área verde lindeira ao aterro sanitário ainda sem a Ocupação Tiradentes
Ocupação Tiradentes na área verde ao lado do aterro sanitário da Essencis
Área verde ao lado do aterro sanitário da Essencis com o início da Ocupação Tiradentes na CIC
Ocupação Tiradentes em 2015
Ocupação Tiradentes em 2015
Ocupação Tiradentes ao lado da Essencis em Curitiba na CIC
