O prefeito de São João do Itaperiú Clezio Fortunato (MDB) e o vice-prefeito Jaime Antônio de Souza (PL) foram presos pelo GAECO do Ministério Público do Estado de Santa Catarina. As prisões ocorreram nessa segunda-feira 29/04/2024, por volta das 9h. Os alvos são os contratos de saneamento e iluminação pública.
Outros dois mandados de prisão foram expedidos contra pessoas que não são agentes políticos. Uma das prisões foi cumprida em São Paulo (SP).
Além de São João do Itaperiú, a operação de hoje do GAECO se estendeu até a cidade de Porto Belo, no Litoral Norte, onde cumpriram determinação da Justiça de Santa Catarina, munidos de um mandado de busca e apreensão.
Com relação aos contratos de saneamento (água) e iluminação público de São João do Itaperiú, esses que foram alvos de busca e apreensão, vão apontar para mais investigações nessa cidade.
Cabe lembrar, que o prefeito Clezio e seu vice Jaime não se opuseram a implantação de sete aterros sanitários de resíduos perigosos e uma estação de tratamento de efluentes tóxicos de chorume/lixiviado e esgotos domiciliares no município, em área imprópria para as instalações desses empreendimentos privados em São João do Itaperiú.
Uma pessoa jurídica de direito privado pretende lançar 19 bilhões de litros de efluente tóxico de chorume de aterro sanitário industrial, domiciliar, de saúde, urbanos e esgoto no Rio Itapocu, por 50 anos, importante curso d’água localizado em Santa Catarina, que desagua no Oceano Atlântico, entre dois berçários da vida, as LAGOAS COSTEIRAS, Lagoa de Barra Velha, a frente da cidade de Barra Velha/SC, e a LAGOA DA CRUZ a frente da cidade de Araquari/SC.
As LAGOAS COSTEIRAS, Lagoa de Barra Velha, a frente da cidade de Barra Velha/SC, e a LAGOA DA CRUZ a frente da cidade de Araquari/SC, são berçários da vida e estão em zonas costeiras brasileiras, consideradas patrimônio nacional pela Constituição Federal, e integram o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro – PNGC, portanto sob a gestão do Ministério do Meio Ambiente (MMA), em articulação com o ente público federal Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBAMA (SUPERINTENDÊNCIA DO IBAMA EM SANTA CATARINA).
Esse caudal de água doce, o rio Itapocu, banha mais de meia centena de áreas de terras com produção de arroz irrigado, rizicultura, alimento básico à população mundial, que é distribuído no mercado estadual, nacional e internacional, para a alimentação de milhões de pessoas no Brasil e no Exterior.
Essas fazendas de produção de arroz irrigado, na margem esquerda do rio Itapocu, do lado de Araquari/SC, e na margem direita desse caudal de água do lado de São João do Itaperiú/SC, estão a JUSANTE do ponto de lançamento de 19 bilhões de litros de efluentes tóxicos de chorume de aterro sanitário industrial, domiciliar, de saúde, urbano e esgoto domiciliar.
Como os produtores de arroz irrigado captam a água do rio Itapocu para irrigar as áreas de rizicultura, em Araquari e São João do Itaperiu, em extensas fazendas que estão a jusante do ponto de lançamento de efluente tóxico de chorume de aterro sanitário industrial e domiciliar, saúde, urbano e esgoto domiciliar, significa que as plantações de arroz irrigados vão ser inundadas com efluente tóxico de chorume de aterro sanitário, onde sabemos que mesmo “tratado não eliminam 100% da carga poluente com metais pesados”.
É de conhecimento técnico que o tratamento de efluente de chorume/lixiviado não elimina 100% da carga poluidora. Em outras palavras, metais pesados e outros vão chegar às plantações de arroz irrigado e por fim estarão presentes no arroz alimento da população do Brasil e Exterior.
Tudo indica que uma profunda investigação na área de saneamento no município de São João do Itaperiu, em Santa Catarina, vai chegar a novos fatos.