TANQUES DE PISCICULTURA QUE USAM ÁGUA DE NASCENTE ATINGIDA POR CHORUME DE ATERRO SANITÁRIO TIVERAM MORTANDADE DE PEIXES

Mortandade de peixes em Fazenda Rio Grande

A piscicultura é um dos ramos da aquicultura, que desenvolve o cultivo de peixes e outros organismos aquáticos. Essa modalidade de criação cresceu muito nos últimos anos e movimenta uma parte importante da economia do mercado no Brasil atualmente.

Graças ao extenso território litorâneo do país, além da enorme produção local, o Brasil se tornou um dos países que mais consome peixe no mundo.

Na piscicultura a criação dos peixes é monitorada, as espécies são totalmente controladas, desde o início da vida até o momento em que atingem a condição ideal para consumo, com o uso de ferramentas, substâncias específicas e acompanhamento periódico para estimular o crescimento saudável dos animais.

No município de Fazenda Rio Grande, no Paraná, distante aproximadamente 27 km de Curitiba, existe um aterro sanitário denominado CGR Iguaçu, pertencente a empresa privada ESTRE AMBIENTAL S.A., que faz parte do portfólio da holding das Ilhas Cayman ESTRE AMBIENTAL INC, afiliada a Avenue Capital Group do bilionário Marc Lasry e de sua irmã Sonia Gardner.

Esse aterro sanitário recebe diariamente mais de 2.000 toneladas de resíduos sólidos domiciliares e públicos, por meio de um contrato assinado com um “consórcio de lixo” com sede em Curitiba, e que tem por integrantes 23 municípios paranaenses, incluindo a Capital do Paraná.

O aterro sanitário CGR Iguaçu, em 25 de junho desse ano, sofreu um derrame de lixo domiciliar e público, ditos urbanos, pela queda de taludes desse empreendimento privado. Até hoje (29/08/2022) milhares de toneladas de lixo estão a “céu aberto” no local, assim como centenas de milhares de metros cúbicos de chorume correm sem controle diretamente na terra e banhado.

Derrame de lixo por deslocamento dos taludes artificiais do aterro sanitário da ESTRE em Fazenda Rio Grande/PR – Brasil. Foto: Defesa Civil de Fazenda Rio Grande
Derrame de lixo por deslocamento dos taludes artificiais do aterro sanitário da ESTRE em Fazenda Rio Grande/PR – Brasil. Foto: Defesa Civil de Fazenda Rio Grande

Na última sexta-feira (26/08/2022), uma família de piscicultores do município paranaense de Fazenda Rio Grande, que usam a piscicultura para lazer, sem comercialização, e que fazem uso de água corrente de uma nascente lindeira ao terreno particular, tiveram uma enorme surpresa ao se defrontarem com uma mortandade de peixes.

Mortandade de peixes em Fazenda Rio Grande

A água que corre pelos tanques de criações de peixes vem de uma nascente que fica ao lado do aterro sanitário de Fazenda Rio Grande.

Moradores afirmam que esses tanques, na última sexta-feira, teriam recebido uma carga de chorume que causou a morte de grande quantidade de peixes.

Aterro sanitário da Estre no fundo e a frente o tanque de peixes
Tanques de peixes no município de Fazenda Rio Grande

Há informação corrente é de que acima dessa nascente, ao lado do aterro sanitário, teriam feito um “poço” de retenção de chorume decorrente do “derrame de milhares de toneladas de lixo domiciliar”, e que essa barreira improvisada teria sofrido ruptura.

O chorume é um líquido escuro que resulta da decomposição da matéria orgânica do lixo. Ele possui um cheiro forte e desagradável, sendo responsável por poluir o solo, águas subterrâneas e rios.

O chorume também é conhecido como líquido percolado ou lixiviado. A composição do chorume é de matéria orgânica, metais pesados, substâncias tóxicas e excrementos de humanos e animais. Entre as substâncias tóxicas estão o cádmio, arsênio, cobre, mercúrio, cobalto e chumbo.

Representantes da sociedade e de associações de moradores, ingressaram com denúncias na Polícia Militar Ambiental do Paraná, na Delegacia Ambiental do Paraná, no Ministério Público do Meio Ambiente do Estado do Paraná e na Câmara Municipal de Fazenda Rio Grande.

Fotos, vídeos e áudios foram enviados ao Blog do Dinheiro Público. Relatos afirmam que o “fedor” do lixo desse aterro sanitário atinge a cidade de Fazenda Rio Grande desde 25 de junho de 2022.

Nessa segunda-feira, 29/08/2022, técnicos da ESTRE AMBIENTAL foram ao local da mortandade de peixes. Se desconhece que o CONRESOL, o IAT, e outros organismos do Meio Ambiente do Paraná compareceram na “fazenda de piscicultura” acompanhar e investigar a mortandade de peixe.

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