ATERRO SANITÁRIO CONECTA AS CIDADES DE BIGUAÇU, IÇARA E CANELINHA EM SANTA CATARINA E INICIA A GUERRA DO LIXO

Florianópolis é famosa pelas suas praias. A população é de 508.826 habitantes, e durante a semana entram milhares de pessoas na Ilha de Santa Catarina, onde vão trabalhar e atenderem seus compromissos. No verão aumenta mais ainda a população com os turistas vindos de todas as partes do Planeta Terra. E o lixo é motivo de atenção especial do Município. São mais de 540 toneladas de resíduos sólidos domiciliares coletados por dia. E sem aterro sanitário, Florianópolis exporta o seu lixo para a cidade de Biguaçu.

O Centro de Gerenciamento de Resíduos Biguaçu (CGR Biguaçu) pertencente a multinacional francesa Veolia Environnement S.A. é um “aterro sanitário”, às margens do Rio Inferninho em Biguaçu/SC, o qual recebe os resíduos sólidos domiciliares de Florianópolis e de mais de duas dezenas de municípios de Santa Catarina.

Distante 40 km da Ponte Pedro Ivo localizada em Florianópolis, o aterro sanitário de Tijuquinhas como também é conhecido o CGR Biguaçu, recebeu em 2019, mais de 470 mil toneladas de resíduos. Isso corresponde a 39.166 toneladas de resíduos por mês ou ainda algo em torno de 1.305 toneladas de resíduos sólidos por dia.

O CGR Biguaçu pode ser identificado na BR-101, sentido sul-norte, a esquerda da rodovia. O cheiro do lixo identifica o aterro sanitário. E como qualquer aterro sanitário o CGR Biguaçu tem vida útil.

Logo um dia a frente, não muito longe, o Grupo Veólia vai encerrar os portões do CGR Biguaçu para o recebimento de lixo de cidades da Grande Florianópolis, inclusive da Capital de Santa Catarina.

O Grupo Veólia ao fechar os portões desse aterro sanitario em Biguaçu, coloca em situação complicada as prefeituras e empresas privadas “grandes geradoras de resíduos”, que não terão onde destinarem os seus resíduos sólidos, num raio igual ou inferior a distancia hoje praticada na operação da “redonda” de cada município, tendo por ponto final o CGR Biguaçu.

Para evitar que aconteça o pior, as autoridades devem se anteciparem na busca de alternativas para a solução da destinação final do lixo de cada uma das cidades catarinenses que hoje destinam seus resíduos no CGR Biguaçu do Grupo Veólia.

O município de Biguaçu possui uma população de 69.486 pessoas e faz divisa ao norte com o município de Canelinha que tem 12.398 habitantes.

E aí surge CANELINHA como alternativa para vir substituir o CGR Biguaçu. Já teve outras cidades na Grande Florianópolis que tentaram construir seus aterros sanitários ou usinas de resíduos sólidos para geração de energia, e sairam erradas nas apresentações de suas propostas aos moradores e entidades ambientais.

Se licenciado o aterro sanitário com 50 toneladas de resíduos sólidos por dia, esse empreendimento da CANELINHA Servicos de Engenharia Ambiental Ltda. começa pequeno até fechar os portões do CGR Biguaçu. Sem alternativa para a destinação do lixo de 23 cidades catarinenes, haverá pressão para ampliar de 50 toneladas por dia para 1.400 toneladas de resíduos sólidos diários no aterro sanitário de Canelinha.

O leitor pode imaginar a trafegabilidade de centenas de caminhões carretas e caminhões coletores de resíduos transitando na BR-101 para ingressar no aterro sanitário em Canelinha?

A empresa com CNPJ no. 22.456.194/0001-77 idetificada por CANELINHA AMBIENTAL LTDA. alterou a razão social para CANELINHA Servicos de Engenharia Ambiental Ltda., CNPJ no. 22.456.194/0001-77. São sócios, Aderbal Staack, Odesio Hess, a RAVI Servicos de Consultoria em Gestao Empresarial Ltda. e a ST Empreendimentos Imobiliarios Ltda.

A área do futuro aterro sanitário é uma floresta em potencial para novos negócios com madeira. Precisam remover as árvores em uma extensa área em Canelinha, para a seguir iniciar as operações de instalação do aterro sanitário, se aprovado nos órgãos ambientais de Santa Catarina.

Tudo tem um início. Assim, o sócio Odesio Hess da CANELINHA Servicos de Engenharia Ambiental Ltda. fez uma visita ao então Prefeito de Canelinha, Moacir Montibeler (MDB), na data de 02/04/2019, previamente agendada, e levou empresários da CGC Madeiras e Grupo LTG, de Itajaí/SC, onde declararam o interesse na exportação e na instalação de novos negócios no ramo madeireiro.

Reunião que demonstrou por parte da iniciativa privada o interesse de “novos negócios no ramo madeireiro” no município de Canelinha

Ora, não resta qualquer dúvida, que o interesse de “novos negócios no ramo madeireiro” no município de Canelinha trata do corte e aproveitamento das árvores da floresta da imensa área onde pretendem instalar o aterro sanitário. Ou estou errado?

A segunda sócia da CANELINHA Servicos de Engenharia Ambiental Ltda., a ST Empreendimentos Imobiliarios Ltda. tem por sócio Norival Comandolli, que vem a ser sócio-administrador da RAC SANEAMENTO LTDA CNPJ NO. 06.101.313/0001-12, empresa tiular do empreendimento aterro sanitário de IÇARA, instalado na Rodovia BR-101, KM 389, no bairro Poço Oito, no município de Içara/SC.

Norival Comandolli e Rodolfo Back Loch são sócios na RAC SANEAMENTO LTDA. em Içara/SC, cujo empreendimento antes era operado pela empresa Santech Saneamento & Tecnologia Ambiental Ltda. Sócios da RAC SANEAMENTO LTDA. conseguiram retomar o aterro sanitário de IÇARA num processo demorado na Justiça contra seus antigos operadores da SANTECH.

O engenheiro Carlos Alberto Macedo Barboza admnistrador da SANTECH foi cérebro da idealização do aterro sanitário CDR Pedreira, em São Paulo, pertencente a Veólia, vendida pelo BTG Pactual que o comprou da Estre Ambiental S.A., de Wilson Quintella Filho, hoje ex-acionista.

O município de Canelinha tem uma população estimada em 12.398 pessoas, foi emancipado no ano de 1962 e está localizado no Vale do Rio Tijucas, com uma área de 151 quilômetros quadrados. Limita-se ao Sul com Biguaçu.

Hoje o lixo coletado no município de Canelinha é exportado para Biguaçu e enterrado no CGR Biguaçu.

Certamente com o empreendimento aterro sanitário da empresa CANELINHA Servicos de Engenharia Ambiental Ltda., o Municipio de Canelinha terá onde destinar os seus resíduos a custo zero, como acontece com diversos municiípios no Brasil. Alem de receber os impostos e taxas decorrentes desse empreendimento de alto poder poluidor ao meio ambiente de Canelinha.

Mas isso não significa que tenha que receber o empreendimento, se não se adequar as legislações ambientais. Atualmente o Plano Diretor de Canelinha que deveria ter sido revisto, “não permite a implantação de empreendimento com alto grau poluidor que é o caso de um aterro sanitário”.

O prefeito Diogo Francisco Alves Maciel (PSL) sabe que venceu o prazo de revisão do Plano Diretor de Canelinha, e que terá que promover um novo instrumento com a participação dos vereadores da Câmara Municipal de Canelinha e representantes da sociedade e interessados.

Maciel teria se manirestado de que “não é intenção do Município de inserir nesta revisão a destinação de área para a instalação de aterro sanitário”, mas ao mesmo tempo se contradiz quando afirmou que “caso façamos, será uma área da prefeitura para um aterro sanitário num futuro municipal”.

Ora, o prefeito Diogo Francisco Alves Maciel (PSL) no meu entendimento está sinalizando que, caso alterem o Plano Diretor de Canelinha, e que se permita a instalação de empreendimento com alto grau poluidor, vai promover uma Parceria Público Privada para a exploração privada para a destinação final de resíduos sólidos de Canelinha, em aterro sanitário, a ser instalado nos limites do município. Por 30 anos. Esta em moda esse modelito concorrencial no Brasil.

O prefeito Diogo Maciel já foi visitado e se reuniu com os sócios da CANELINHA Servicos de Engenharia Ambiental Ltda. e conheceu o projeto do aterro sanitário.

A Licença Ambiental Prévia já foi liberada e declara a viabilidade locacional para a atividade. O projeto foi licenciado para receber até 50 toneladas de lixo por dia, conforme consta na LAP número 1049/2021 disponível no site do IMA.

Certamente a multinacional francesa Veolia Environnement S.A., dona do “aterro sanitário” às margens do Rio Inferninho em Biguaçu/SC, não deseja perder a receita com a destinação final do lixo de de 23 cidades de Santa Catarina, nem cogita ficar de fora por 30 anos do mercado de resíduos sólidos de Santa Catarina.

Muito provável que a experiencia do diretor Norival Comandolli, assessorado pelo engenheiro Rodolfo Back Loch, ambos sócios da RAC SANEAMENTO LTDA., que recentemente ao Sul iniciou a operação do aterro sanitário de Santo Antonio da Patrulha/RS, em 18/05/2021, instalado na localidade Rincão do Capim, continuem com o objetivo de construir o aterro sanitário no município de Canelinha para a CANELINHA Servicos de Engenharia Ambiental Ltda.

Tudo aponta para uma guerra no lixo em Santa Catarina. Afinal o lixo é alvo até de fundos de investimentos de bancos brasileiros, como os capitaneados pelo BTG Pactual, que até 2019 detinha uma significativa parcela de ações da Estre Ambiental S.A. hoje em “Recuperação Judical”, as quais foram transferidas a Energy Sustainable Inc, das Ilhas Cayman, companhia de um dono só, do tiutlar Sr. Libório Agle, ex-funcionário do BTG Pactual e ex-sócio da empresa Resicontrol do Grupo Estre.

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