Quando se fala em lixo há previsão pela frente de uma monumental polêmica ambiental, não resta qualquer dúvida.
Mas a polêmica não é só da população do município alvo onde pretendem instalar um aterro sanitário. Envolve também os moradores de municípios próximos a esse empreendimento aterro sanitário no Rio Grande do Sul.
Pela segunda vez há uma tentativa em construir um aterro sanitário no município de Gravataí no Rio Grande do Sul.
A primeira oportunidade para a instalação de um aterro sanitário em Gravataí/RS ocorreu em 2006. A derrota aconteceu em fevereiro de 2007. A época a empresa empreendedora não teve sucesso, por se tratar da implantação do empreendimento em uma área de preservação ambiental, e porque a população de Gravataí se organizou para combater o aterro sanitário. Funcionou. Havia liderança, fortes consultorias jurídica e de resíduos sólidos, com o apoio de ambientalistas na defesa do Meio Ambiente de Gravataí.
A EGTR – EMPRESA GAUCHA DE TRATAMENTO DE RESIDUOS LTDA., CNPJ no. 30.037.569/0001-92, tem por sócios a CENTAURO PARTNERS CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA., e a WMG – WASTE MANAGEMENT GROUP PARTICIPACOES SOCIETARIAS LTDA. essa última pertence ao portfólio da MECANICAPINA LIMPEZA URBANA LTDA. companhia essa que realiza os serviços de limpeza urbana contratada pela Prefeitura de Gravataí/RS.
Semana passada a EGTR – EMPRESA GAUCHA DE TRATAMENTO DE RESIDUOS LTDA. produziu um VÍDEO sobre o Aterro Sanitário de Resíduos Sólidos Urbanos com Central de Triagem denominado de PARQUE AMBIENTAL GRAVATAI, cuja cópia é publicada a aqui.
O Aterro Sanitário de Resíduos Sólidos Urbanos com Central de Triagem denominado de PARQUE AMBIENTAL GRAVATAI, tem inicialmente a previsão de receber mensalmente 90.000 toneladas de resíduos sólidos domiciliares e públicos, ditos urbanos, de lixo de outros municípios gaúchos inclusive da cidade de Porto Alegre, capital gaúcha que hoje destina seus resíduos sólidos em um aterro sanitário em Minas do Leão/RS. Serão 3.000 toneladas de lixo por dia ingressados em Gravataí, resíduos sólidos produzidos por dezenas de cidades gaúchas.
Isso significa que no prazo de operação inicial do Aterro Sanitário de Resíduos Sólidos Urbanos com Central de Triagem denominado de PARQUE AMBIENTAL GRAVATAI, serão 21.600.000 toneladas de resíduos sólidos domiciliares e públicos, ditos urbanos, a serem enterradas no município de Gravataí.
Mais de 21 milhões de toneladas de lixo produzidas por moradores de outros municípios, entre esses a capital do Rio Grande do Sul, que possui 1.492.530 pessoas, dado populacional estimado pelo IBGE em 2021.
Em 2006 o Movimento XÔ LIXÃO apontou essa mesma área que desejam hoje instalar um aterro sanitário privado, de se encontrar protegida ambientalmente, na Costa do Ipiranga, tendo esse sido um dos motivos que resultou na polêmica ambiental da construção de aterro sanitário cujo empreendimento acabou não se concretizando em Gravataí.
Em 2022 querem construir um aterro sanitário em Gravataí, na mesma área congitada em 2006 para a implantação de uma central de resíduos sólidos. É como se o Meio Ambiente de Gravataí tivesse sido modificado na Costa do Ipiranga. Nada foi alterado no Meio Ambiente de Gravatai, a não ser a extinção da Fundação Municipal do Meio Ambiente – FMMA pela Prefeitura de Gravataí, em 2021, que certamente terá um Capítulo a parte.
Para lembrar os leitores, essa FUNDAÇÃO conhecidissima pela sigla FMMA foi a autora de concessão de multa a empresa privada que trata o CHORUME do Lixão/Aterro Sanitário Santa Tecla, POR VAZAMENTO DE PERCOLADO (chorume).
Quando se fala do lixo do município de Gravatai, é importante recordar do famigerado Aterro Sanitário Metropolitano Santa Tecla, um LIXÃO/ATERRO SANITÁRIO, empreendimento público que teve diversas ocorrências que envolveram crime ambiental.
Lendo uma das publicações do competente advogado Carlos Alberto Saraiva da Rosa, que possui uma casa de final de semana no município, na Costa do Ipiranga, em Gravataí, que diz que “é possível perceber o nível de irregularidade que cercava a operação do lixão/aterro sanitário de SANTA TECLA, em GRAVATAI, do excesso de lixo ao depósito de lixo hospitalar e da carga de animais vivos de empresa aviária”.
Em 2003 houve denúncia e a autuação da empresa Avipal S/A por enviar ao lixão/aterro sanitário, o que exigiu uma tomada de posição por parte do diretor do DMLU e do então presidente da Fepam: “[…] o crime ambiental desta vez foi o depósito de carga viva no lixão de Santa Tecla.
A empresa Avipal S.A. foi flagrada depositando como lixo toneladas de pintos vivos juntamente com toneladas de ovos podres, conforme auto de infração 954/2003, que foi lavrado pela FMMA” (LIXO …, 2006).
O aterro sanitário de SANTA TECLA, envolveu três municípios, incluindo Gravataí e se encontra encerrado, apenas com a manutenção do empreendimento, como o tratamento do CHORUME por uma empresa privada, coincidentemente a mesma empresa que deseja construir o aterro sanitário na Costa do Ipiranga, em Gravataí.
Considerando o preço da tonelada de RSU enterrada em aterro sanitário, ano base 2020/2021, no valor de R$ 121,86 por tonelada de Resíduo Sólido Urbano (RSU), a receita empresarial do aterro sanitário PARQUE AMBIENTAL GRAVATAÍ, em 20 anos, poderá chegar ao montante de R$ 2.632.176.000,00 (dois bilhões e seiscentos e trinta e dois mil e cento e setenta e seis reais), sem considerar aumentos sucessivos no preço praticado.
Nas proximidades da área onde pretendem construir o Aterro Sanitário de Resíduos Sólidos Urbanos com Central de Triagem, o denominado PARQUE AMBIENTAL GRAVATAI, na Costa do Ipiranga, está a Central de Tratamento de Resíduos Industriais da PRO-AMBIENTE (do empresário Marco Antônio Dexheimer) empreendimento polêmico que recebe LIXO INDUSTRIAL e que tem um histórico de ocorrências ambientais.
A área onde pretendem instalar o aterro sanitário com central de triagem no município de Gravataí, na Costa do Ipiranga, é de propriedade da Sociedade Antônio Vieira, que possui a sua sede em Porto Alegre a frente do Hospital Militar.