Foi enterrado na tarde deste domingo (18/12) no Cemitério Israelita do Butantã, em São Paulo, o corpo do jornalista Carlos Ernâni Brickmann, morto aos 78 anos no sábado. Vítima de falência múltipla de órgãos, ele estava internado no Hospital Sírio-Libanês havia 3 meses, tratando vários problemas de saúde. Deixa a mulher, Berta, e os filhos Rafael e Esther.
Brickmann começou sua carreira profissional em 1963 e teve passagem pelos jornais Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Diário Popular, Diário do Grande ABC, Folha de Pernambuco, Correio Popular, O Dia, Gazeta de Ribeirão Preto e o site Observatório da Imprensa. Nasceu em Franca, no interior de São Paulo. Foi repórter, editor-chefe, diretor, assessor, consultor e colunista e cobriu a campanha e as manifestações por eleições diretas para presidente da República.
Titular da Brickmann & Associados Comunicação, criador do site noticioso Chumbo Gordo https://www.chumbogordo.com.br e no qual trabalhou até recentemente, como analista político, ao lado da jornalista Marli Gonçalves. Ali, mostrou até o fim seu espírito crítico, sua memória gigantesca para grandes e pequenas coisas, sua ironia, a apuração competente e seu marcante bom humor.
A jornalista Marli Gonçalves que trabalhou ao lado dele nas últimas três décadas, diz que Brickmann “deve ser lembrado eternamente como defensor da imprensa livre e do pensamento democrático”. Ele foi, acrescenta, “um eterno gigante gentil que unia a inteligência ao humor, a precisão e uma memória ímpar e implacável”.
Em 9 de abril de 2010, o jornalista Carlos Brickmann fez uma ligação para o editor do Blog Máfia do Lixo, o administrador Enio Noronha Raffin. O Blog Máfia do Lixo que tinha por gestor o adm. Enio Raffin publicou, em 09/04/2010, uma matéria com o título “Só resta a cadeia para eles“, tendo por pauta o acidente do morro do Bumba, mais conhecido por “Lixão do Bumba”.
O jornalista Brickmann já havia lido a matéria “Só resta a cadeia para eles” no site Máfia do Lixo quando fez contato com o adm Enio Raffin, e na mesma data de 09/04/2010 publicou em sua página www.brickmann.com.br o texto na íntegra que pode ser lido aqui.
Na oportunidade, Brickmann passou a conversar com o administrador Enio Raffin por um tempo, mostrando que buscava informações sobre o acidente do morro do Bumba, uma favela situada no bairro de Viçoso Jardim, em Niterói, RJ, que ficou conhecida em todo o Brasil pela tragédia ocorrida em 2010, quando 267 pessoas morreram, sendo 48 os corpos encontrados.
A região era um antigo “lixão” que foi desativado e posteriormente recoberto de solo e urbanizado. O poder público ofertou na área energia elétrica, água e esgoto, o que atraiu pessoas para a área que foi densamente habitada. Anos depois, sem haver nenhum indício da antiga ocupação da área, pessoas habitavam a região sem conhecer o que havia no subsolo do morro do Bumba.
Dois dias após a ligação, o jornalista Brickmann fez publicar em 11/04/2010, uma matéria com o título “A morte mora ao lado”, publicada no Diário do Grande ABC, que pode ainda ser lida aqui ou no endereço https://www.dgabc.com.br/Noticia/468218/a-morte-mora-ao-lado
O Brasil perdeu Carlos Ernâni Brickmann.
