Rogelio Anibal Garmendia Olivera, hoje empresário chamado de “REI DO LIXO DO URUGUAY”, atual presidente da ABORGAMA Ducelit S.A, empresa privada detentora do mercado de resíduos sólidos no Uruguay, foi condenado pela Justiça criminal com a prisão pelos crimes de privação de liberdade, violência privada e lesões graves contra sete vítimas do terrorismo de Estado, presos em meados de 1972 e transferidos para o Batalhão de Infantaria 13.
Garmendia, que era segundo-tenente dessa unidade militar, foi reconhecido pelos denunciantes como participante dos interrogatórios e tratamento cruel que receberam quando foram detidos no centro clandestino que funcionava nas dependências militares.
O juiz rejeitou o argumento da defesa dos militares, liderado por Gastón Chaves e Beatriz Scapusio sobre a prescrição, por considerar que são crimes contra a humanidade e, portanto, imprescritíveis.
“Membros de órgãos do poder punitivo, operando fora do controle do Direito Penal, procederam à prisão de Brenda Falero, José Luis Muñoz, Lincoln Bizzozero, Washington Grimón, Walter Silva, María del Carmen Maruri e Fernando Perdomo; mantiveram-nos ilegitimamente privados de liberdade, submetendo-os a tratamento cruel, desumano e degradante”, sustenta a Justiça uruguaia em sua sentença.
Além de reconhecer Garmendia durante os interrogatórios, alguns dos denunciantes o identificaram como um dos que participaram da prisão.
A Justiça considerou que Garmendia “participou da privação ilegítima de liberdade das vítimas (…) permaneceram detidas ilegalmente por um longo período de tempo (…) e sofreram constrangimentos físicos que colocaram em risco suas vidas, com o objetivo disso os presos prestam informações sobre os grupos políticos a que pertenciam”. E rejeitou a criminalização do abuso contra os detentos porque entendeu que isso legitimaria a detenção ilegal pelas Forças Armadas.
“No dia 11 de junho, eu estava com José Luis Muñoz, eles detiveram nós dois em nossa casa, […] eles estavam vestidos de verde, fortemente armados, eram 10 a 12 pessoas em um caminhão, eu gritava. Eles nos vendaram e nos levaram para o caminhão onde havia mais pessoas detidas […] a gente subia uma escada onde era a sala de tortura e tinha também o juiz de instrução daquele lado”, disse Brenda Falero, que passou dois anos no Batalhão 13.
Além de reconhecer Garmendia durante os interrogatórios, alguns dos denunciantes o identificaram como um dos que participaram da prisão. O juiz considerou que Garmendia “participou da privação ilegítima de liberdade das vítimas […] elas permaneceram detidas ilegalmente por um longo período de tempo […] e sofreram constrangimentos físicos que colocaram suas vidas em risco, com o objetivo disso os presos prestam informações sobre os grupos políticos a que pertenciam”.
Batalhão de Infantaria nº 13
Nos galpões localizados no antigo Batalhão de Infantaria nº 13, funcionava um CCDyT desde 1972 e possivelmente até o fim da ditadura. Atualmente funciona lá o Serviço de Transporte do Exército.
Segundo diversas investigações e depoimentos, aquele Batalhão fazia parte de um complexo militar que interligava diversos serviços do Exército, entre eles o Serviço de Material e Armamento do Exército (SMA), onde operava o CCDyT 300 Carlos em seu galpão nº 4.
A operação repressiva envolveu o Serviço de Intendência do Exército, Batalhão de Engenharia nº 5, Brigada de Transmissão nº 1 e Batalhão de Infantaria nº 15.
No Brasil o militar segundo tenente reformado Rogelio Anibal Garmendia Olivera criou a Aborgama do Brasil Ltda que tinha por diretor o seu filho Ronel Garmendia Rocca, hoje radicalizado definitivamente no Uruguay.
Posteriormente o militar segundo tenente Rogelio Anibal Garmendia Olivera vendeu a Aborgama do Brasil Ltda, em 03 de fevereiro de 2015, pelo valor de R$ 54 milhões que corresponde a quase US$ 11.100.000.
Rogelio Anibal Garmendia Olivera e seu filho Ronel Garmendia Rocca fundaram também no Brasil, em 18/05/2011, a empresa Safe Tank Soluções Navais e Industriais S.A. com sede no município de Niterói no Rio de Janeiro, e que tem por principal atividade a “manutenção e reparação de embarcações e estruturas flutuantes”.
O militar segundo tenente reformado Rogelio Anibal Garmendia Olivera além de ser ex-acionista da Aborgama do Brasil Ltda., detém ações na ABORGAMA Ducelit S.A., da qual fez um império empresarial na área de resíduos sólidos do Uruguay.
Do Uruguay, o militar segundo tenente reformado Rogelio Anibal Garmendia Olivera expandiu a tecnologia da ABORGAMA Ducelit para o Brasil, criando a Aborgama do Brasil Ltda. que após ocupar o mercado do “lixo hospitalar” foi vendida.
Aborgama Ducelit S.A. que tem por presidente o militar segundo tenente reformado Rogelio Anibal Garmendia Olivera, tem a sua sede no Uruguay, na cidade de Montevideo. É uma companhia dominante do mercado de resíduos sólidos do Uruguay, atua na gestão de resíduos, no transporte de resíduos, na coleta de lixo domiciliar e público, dito urbano, coleta de resíduos comerciais e industriais, na destinação final de resíduos sólidos em aterro sanitário, no tratamento e aproveitamento de biogás para a geração de energia elétrica, no tratamento de efluentes líquidos, e tem por clientes entre outros o Porto de Montevidéo.
O militar segundo tenente reformado “torturador” Rogelio Anibal Garmendia Olivera está preso em sua casa em Punta Del Este, no Uruguay, com tornozeleira eletrônica face a gravíssimo estado de sua saúde deteriorada.