Sábado uma nuvem de urubus [fechou o céu] de São Paulo. Quem passou a frente do aterro sanitário da ECOURBIS na estrada Sapopemba, em São Paulo, sentiu o odor do [lixo a céu aberto] nesse local. Moradores do entorno ou transeuntes da região afirmam que se pode sentir o [cheiro do lixo] do aterro sanitário da estrada Sapopemba, em toda a região.
A população do município de São Paulo estimada em 11,5 milhões de pessoas, conforme o Censo de 2022, produz algo em torno de 20 mil toneladas de lixo por dia, ou ainda, 600.000 toneladas por mês, que totaliza 7.200.000 toneladas de resíduos sólidos por ano. É muito lixo.
Parte desse montante de lixo produzido na cidade de São Paulo, algo em torno de 7.000 toneladas de resíduos sólidos por dia, são enterradas no Aterro Sanitário da ECOURBIS na Estrada Sapopemba, na capital paulista.
Seis milhões de pessoas moradoras em São Paulo tem seus resíduos sólidos destinados nesse aterro sanitário da ECOURBIS Ambiental S.A. [CNPJ no. 07.037.123/0002-27], localizado nas coordenadas Latitude 23°38’2.89″S e Longitude 46°25’34.39″O do Google Earth.
A ECOURBIS Ambiental S.A. tem por acionistas as empresas Vital Engenharia Ambiental S.A. CNPJ no. 02.536.066/0001-26, do Grupo Queiróz Galvão, a Marquise Serviços Ambientais S.A. CNPJ: 21.635.363/0001-73, do grupo Marquise, a S.A. Paulista de Construções e Comércio CNPJ no. 60.332.319/0001-46 e a Stone Participações S.A., CNPJ no. 12.482.536/0001-70.
Essa empresa de propósito específico ECOURBIS Ambiental S.A. nasceu em 2004, após a então prefeita de São Paulo Marta Suplicy (PT) determinar a assinatura do contrato com essa companhia, com prazo de 10 anos renováveis por mais 10 anos, ou seja, 20 anos para a concessão dos serviços de coleta, transporte, tratamento e destinação em aterro sanitário de resíduos sólidos domiciliares, materiais recicláveis e resíduos de saúde da zona Leste da capital paulista. A ECOURBIS tem por única cliente a Prefeitura de São Paulo.
Esse contrato bilionário do lixo de São Paulo encerra na data de 13 de outubro de 2024. Hoje não há tempo viável para a Prefeitura de São Paulo publicar edital e concluir a concorrência pública no governo do prefeito Ricardo Nunes (MDB), tendo por objeto a concessão dos serviços de coleta, transporte, tratamento e destinação em aterro sanitário de resíduos sólidos domiciliares, materiais recicláveis e resíduos de saúde da zona Leste da capital paulista. Vai ficar a abertura dessa concorrência para a próxima gestão da Prefeitura de São Paulo, a ser eleita em 6 de outubro de 2024, caso não se reeleja o atual prefeito e seu vice. O Prefeito eleito da cidade de São Paulo terá uma herança pesada [600.000 toneladas de lixo por mês] deixada pelo atual mandatário de São Paulo.
Coincidências da vida, pode a concorrência do lixo da cidade de São Paulo vir a ser publicada e realizada na gestão da vice-prefeita Marta Suplicy (PT), caso ela venha a ser eleita com o prefeito do PSOL Guilherme Boulos (PSOL).
Em outubro de 2004 é quando completarão 20 anos após ter a mandatária prefeita Marta Suplicy (PT) determinada a assinatura contratual entre a Prefeitura de São Paulo e a ECOURBIS, instrumento esse assinado pelo secretário Osvaldo Misso.
A época Osvaldo Misso era Secretário de Serviços e Obras Públicas da Prefeitura de São Paulo (2001 a 2005), na gestão da prefeita Marta Suplicy (PT).
Osvaldo Misso faleceu em 20/01/2023 quando exercia o cargo público de Secretário de Transportes e Mobilidade da Prefeitura de Diadema (SP).
Nesse sábado (06/04/2024) uma visita na Estrada Sapopemba, em São Paulo, mostrou que algo está irregular na operação do aterro sanitário da ECOURBIS.
Certamente se o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) e a CETESB promoverem uma fiscalização surpresa no aterro sanitário da ECOURBIS na Estrada Sapopemba, em São Paulo, vão flagrar irregularidades na operação desse empreendimento privado. Lá o lixo dorme a céu aberto. E os urubus frequentam o aterro sanitário da ECOURBIS, no lixo e sobrevoando o empreendimento.
Uma imagem vale mais que mil palavras. Expressão popular de autoria do filósofo chinês Confúcio, utilizada para transmitir a ideia do poder da comunicação através das imagens. Confúcio cujo seu verdadeiro nome era Chiu Kung viveu entre 552 e 479 A.C. Ficou conhecido como o Mestre Kung, devido aos seus sábios provérbios.
As fotos coletadas no último sábado na estrada Sapopemba, em São Paulo, dizem tudo. Lixo a céu aberto e nuvens de urubus sobre o lixo e também sobrevoando o aterro sanitário da ECOURBIS.
O céu é único no Planeta Terra. O céu noturno tem aspectos diferentes ao longo do ano. Algumas constelações são observadas em determinadas estações e não em outras. Além do aspecto do céu noturno mudar ao longo do ano, o que vemos no céu também depende da latitude, ou seja, o aspecto do céu no mesmo momento é diferente em diferentes latitudes.
Já o céu quando azul se pode observar o urubu-preto, ave cathartiforme, de rapina, pertencente ao grupo dos abutres do Novo Mundo. É uma das espécies mais frequentemente observadas no céu azul, devido ao fato do urubu-preto realizar voos planados em correntes térmicas a grandes alturas e por possuir atividade durante todo o dia. URUBUS frequentam lixões.
Mudando o céu azul de São Paulo para o céu azul de Viamão, no Rio Grande do Sul, lá se poderá observar o urubu-preto sobre lixões, ou mesmo planando sobre o lixo a céu aberto em aterro sanitário.
Viamão está a 25 quilômetros de distância de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. É o maior município em extensão territorial da região metropolitana da Capital gaúcha. Nessa cidade a empresa privada EBMA quer instalar um aterro sanitário em uma Fazenda de extraordinária beleza, com recursos naturais inigualáveis e fontes de água pura e flora e fauna nativas. O processo de licenciamento ambiental da EBMA tramita no órgão ambiental FEPAM e vem sendo monitorado por lideranças de Viamão.
O cacique Jaime Vherá Guyrá, da Aldeia Guarani Cantagalo, acompanha a situação. A aldeia indígena fica a 1,8 km da Fazenda Montes Verdes, em Viamão, local onde pretendem instalar o aterro sanitário regional da EBMA.
A EBMA – EMPRESA BRASILEIRA DE MEIO AMBIENTE S/A, CNPJ no. 01.369.424/0001-90, tem por única sócia a empresa VITAL Engenharia Ambiental S.A. Ou seja, a EBMA pertence ao grupo Queiróz Galvão, e a VITAL Engenharia Ambiental S.A. é acionista da ECOURBIS.
Matéria de agosto de 2020, que tem por título Vizinhos do aterro da EBMA denunciam saturação, mau cheiro, moscas e urubus, publicada no veículo de comunicação A VOZ DA SERRA, consta que a empresa EBMA é a concessionária responsável pelos serviços de coleta e tratamento final dos resíduos domiciliares e de saúde do município de Nova Friburgo (RJ).
Diz a referida matéria que “moradores declararam que há proliferação de urubus, moscas e de um forte mau cheiro” no aterro sanitário. Vídeo na matéria em questão mostra os urubus sobrevoando o empreendimento em Nova Friburgo(RJ). O leitor pode ler na íntegra aqui.
Logo, o céu azul de Viamão (RS) poderá se ver nuvens de urubus, e seus sobrevoos, assim como aconteceu em Nova Friburgo (RJ) e na estrada Sapopemba em São Paulo.
É uma questão de tempo. O cacique Jaime Vherá Guyrá, da Aldeia Guarani Cantagalo, vem lutando contra a instalação do aterro sanitário da EBMA, em Viamão, cidade que possui 256 mil pessoas, conforme Censo 2022.