MONTES DE ASFALTO DE FRESAGEM MUDAM A PAISAGEM NA FREEWAY QUE LIGA A CAPITAL GAÚCHA AO LITORAL NORTE E A SANTA CATARINA

O asfalto é um betume espesso, de material aglutinante escuro e reluzente, de estrutura sólida, constituído de misturas complexas de hidrocarbonetos não voláteis de elevada massa molecular, além de substâncias minerais, resíduo da destilação a vácuo do petróleo. Não é um material volátil, é solúvel em bissulfeto de carbono, amolece a temperaturas entre 150°C e 200°C, com propriedades isolantes e adesivas. É muito usado na pavimentação de estradas.

Por definição, o asfalto é um material betuminoso proveniente da destilação do petróleo, constituído principalmente por asfaltenos, resinas e hidrocarbonetos. As características físicas e químicas do material variam de acordo com a origem do petróleo e seu processo de obtenção.

Na pavimentação, os asfaltos em conjunto com agregados minerais, formam a principal forma de revestimento, amplamente utilizados nas obras de construção e manutenção de vias.

A BR-290 denominada de Rodovia Oswaldo Aranha é uma das mais importantes rodovias no Brasil, com 726 km de extensão. Parte dessa ESTRADA BR – 290 está situada no estado do Rio Grande do Sul.

O trecho da BR-290, entre Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, e o município de Osório, foi inaugurado na data de 26 de setembro de 1973.

Considerada a primeira autoestrada brasileira, os gaúchos lhe deram um apelido que é referência às vias expressas da Califórnia nos Estados Unidos, especialmente as que cortam a região metropolitana de Los Angeles, chamadas de “freeways”.

Esse trecho da BR-290 no Rio Grande do Sul é conhecido por FREEWAY. São 96,6 km que ligam Porto Alegre a Osório e que também possibilita a frente iniciar o trajeto em solo de Santa Catarina.

Inacreditavelmente, a paisagem da famosa FREEWAY está alterada, em face dos montes de asfaltos de fresagens que por lá se nota dispostos nas faixas de domínio dessa estrada.

As faixas de domínio da FREEWAY estão repletas de locais onde se identificam os montes de asfaltos de fresagens, que mudam completamente a beleza das paisagens das laterais dessa rodovia e das áreas de verdes e de enormes áreas de plantações de arroz, rizicultura irrigada, que se identificam nesse trecho da BR-290.

As imagens das enormes plantações de “arroz irrigado”, sentido Porto Alegre a Osório, que margeiam a FREEWAY, principalmente quando se trafega nessa magnífica estrada que corta o município de Santo Antônio da Patrulha, RS, é de “encher os olhos” de todos com tanta beleza.

Essas enormes áreas de plantações de arroz irrigado, rizicultura irrigada, no município de Santo Antônio da Patrulha, RS, a beira da FREEWAY, é alvo de um aterro sanitário de lixo domiciliar, de resíduos sólidos domiciliares, cujo empreendedor está operando no recebimento de 70 toneladas de lixo por dia, e que pretende ampliar esse empreendimento para lá ser destinado diariamente 1.500 toneladas de lixo, ou seja, enterrar nesse município gaúcho conhecido por “capital da cachaça e da rapadura”, o total de 45.000 toneladas de resíduos sólidos domiciliares e públicos por mês. Porto Alegre pode levar todo o seu lixo domiciliar diário para esse aterro sanitário, caso ampliado esse empreendimento particular.

E pensar que essa proposta de ampliação do aterro sanitário particular, apresentada pelo dono do empreendimento localizado em Santo Antônio da Patrulha, que busca também lançar o “efluente de chorume do lixo domiciliar” em um canal de irrigação que é abastecido com águas coletadas na LAGOA DOS BARROS, as quais inundam centenas de áreas de irrigação de arroz, rizicultura irrigada, que margeiam a FREEWAY,  já compromete o aumento de 70 toneladas de lixo por dia, para 1.500 toneladas de lixo por dia, que vem a ser uma monumental agressão ao meio ambiente local.

Se isso vier a acontecer, da ampliação e da construção de uma estação de tratamento de efluentes de chorume de lixo a beira desse canal hídrico, conhecido por RIO PRINCIPAL, ou Canal da Stil, cujas águas irrigam centenas de áreas de rizicultura que margeiam a FREEWAY, será uma monumental agressão ao meio ambiente local. Popularmente, moradores locais já chamam de Arroz RacRac, o “único irrigado com efluente de chorume de aterro sanitário de resíduos domiciliares”.

Imagem meramente ilustrativa

Na FREEWAY, a fresagem de asfalto tem como finalidade a remoção de pavimentos previamente à execução de novo revestimento asfáltico. É executada em áreas com ocorrência de remendos em mau estado, áreas adjacentes a panelas, rupturas plásticas e corrugações, áreas com grande concentração de trincas e outros defeitos na estrada FREEWAY.

Essa fresagem de asfalto é realizada através de cortes por movimento rotativo contínuo, seguido de elevação do material fresado para caçamba do caminhão basculante que descarrega diariamente toneladas desses resíduos a beira da faixa de domínio da FREEWAY, a espera de sua destinação, que se não aproveitado esses resíduos, os mesmos deverão ser destinados em aterro sanitário.

O asfalto de fresagem enquanto não é reutilizado, fica depositado na faixa de domínio às margens da FREEWAY, podendo dessa forma ocasionar passivos ambientais. É isso que hoje se vê nessa magnífica estrada expressa.

Os padrões atuais de gestão ambiental de rodovias impõem o compromisso do adequado destino e utilização dos materiais de construção e resíduos.

Os materiais de fresagem de pavimentos asfálticos vem sendo incorporados na confecção de novos pavimentos. Ocorre que o material fresado muitas vezes é estocado sob a forma de montes diretamente sobre o solo visando à utilização futura, o que acontece na FREEWAY.

O potencial contaminante de resíduos asfálticos compostos por hidrocarbonetos policíclicos aromáticos que são poluentes orgânicos que afetam o meio ambiente e a saúde do ser humano causando câncer, é o grande passivo da fresagem do asfalto.

E a cada dia, aumentam os montes de asfaltos de fresagens disponibilizados diretamente no solo, a beira da faixa de domínio da FREEWAY. E lá estão a disposição dos usuários da estrada para fazerem fotografias em seus celulares e registrarem essas alterações no meio ambiente do Rio Grande do Sul.

A FREEWAY recebeu uma terceira faixa em ambos os sentidos, e está previsto que entre 2031 e 2033 essa magnífica estrada deverá ganhar a sua 4ª. faixa em cada sentido.

Os usuários da FREEWAY em seus veículos podem trafegarem a uma velocidade permitida no limite de 110 km/h.

Com os seus celulares os passageiros de ônibus ou de veículos que trafegam na FREEWAY, podem registrar nos dois sentidos, os diversos montes de asfaltos de fresagens dispostos diretamente no solo. E tudo acontece a luz do dia.

A poluição emitida por veículos é bastante conhecida por especialistas da área de transporte e do meio ambiente. Devido a essa ação nociva, muitas alternativas menos agressivas à natureza foram desenvolvidas, como os biocombustíveis e os carros elétricos, por exemplo. No entanto, um dos elementos primordiais à mobilidade ainda contribui para os danos ambientais: o asfalto.

Pesquisadores internacionais têm observado, em estudos científicos, que a pavimentação das pistas, feita do petróleo, emite uma quantidade severa de partículas poluentes quando exposta a altas temperaturas, luz solar e chuvas.

Segundo especialistas, essas descobertas são um alerta importante para a sociedade, principalmente, em um momento em que o mundo começa a sofrer com temperaturas mais altas, desencadeadas pelo aquecimento global.

Já está mais que na hora do Governo do Estado do Rio Grande do Sul se preocupar com os asfaltos de fresagens destinados em áreas de domínios da faixa da FREEWAY, e acabar com esses montes de resíduos poluentes que agridem o meio ambiente e a beleza da estrada.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui