Lixão, Aterro Sanitario, Centro de Tratamento de Resíduos, Centro de Gerenciamento de Resíduos, Unidade de Valorização Ambiental, Unidade de Recuperação de Energia e Unidade de Termovalorização de Energia.
Há duas palavras importantes nesse timeline que envolvem os resíduos sólidos no Brasil: público e privado.
As polêmicas ambientais estão cada vez mais presentes em todas as palavras do timeline dos resíduos sólidos.
Um prefeito que declara que a cidade tem um lixão e que não tem dinheiro público para resolver o problema, já acende uma polêmica.
Se afirma que não há mais lugar para enterrar lixo, e que precisa encontrar uma solução adequada para a destinação final dos resíduos sólidos da cidade, gera outra polêmica.
E quando fala que uma empresa privada pretende se instalar na cidade para a construção de um empreendimento de recuperação de energia, as entidades ambientais ja ficam em alerta.
Empresas privadas que atuam na área de resíduos sólidos sabem que o tema de recuperação energética é acender o rastilho de uma polêmica ambiental explosiva.
E se um empreendimento é de interesse de um consórcio de empresas, e que dentre elas exista uma companhia criada para resolver um monumental imbróglio internacional, a polêmica é certa.
Um aterro sanitário terá um dia a sua vida útil esgotada. E os resíduos sólidos dispostos nesse emprendimento licenciado não podem permanecer sem monitoramento. E se nada for feito os resíduos sólidos ficarão lá “enterrados” sendo monitorados por 10 anos, e estarão aguardando que o tempo faça a sua parte e que ocorra a decomposição de cada material, por exemplo o plástico tradicional leva 200 anos, e chegue ao seu final.
Certamente todos já ouviram que “lixo é energia”. Que “lixo é dinheiro”. E poque não resolver o problema do lixo de uma cidade, ou de sete cidades de uma região para gerar a energia elétrica? Pode. Mas o empreendimento não deve “nascer torto”.
O empreendimento URE Valoriza Santos ascendeu o rastilho de uma polêmica ambiental explosiva, não resta qualquer dúvida.
Desde o início da proposta de instalar a URE Valoriza Santos no Sítio das Neves, em Santos, São Paulo, aponta para a maior polêmica do Brasil, quando se trata de recuperação energética.
O Brasil tem muito lixo e terá muitas polêmicas com os resíduos sólidos.
Sítio das Neves é um bairro localizado na parte continental da cidade de Santos/SP. Abrange parte da região continental, em si, mais a Ilha das Neves, morro encravado no Estuário de Santos junto à foz do Rio Jurubatuba. O nome da ilha e do sítio se deve a uma nevasca que teria coberto de branco o morro há alguns séculos, fato nunca comprovado, mas que faz parte do folclore santista. É cortado pela Rodovia Cônego Domênico Rangoni (SP-55 ou BR-101). Junto às margens desta rodovia, localiza-se o Aterro Sanitário do Sítio das Neves, que substituiu o depósito de lixo de Santos antes localizado na Alemoa. Lá são destinadas duas mil toneladas de resíduos sólidos por dia.
O empreendimento CGR TERRESTRE no Sítio das Neves era uma sociedade formada entre a Terracom Construções Ltda e a ESTRE AMBIENTAL S.A. que constituiram a Terrestre Ambiental Ltda. para operar o aterro sanitário.
Atualmente o Centro de Gerenciamente de Resíduos Terrestre pertence a Terrestre Ambiental Ltda. que tem por sócios a Diniz Participacoes S.A. (Terracom) e a Latte Saneamento e Participacoes S.A., (Latte).
Para se instalar no Sítio das Neves, a URE Valoriza Santos precisa que o Executivo Municipal de Santos firme que o Município tem interesse no empreendimento. Isso já está demonstrado e manifestado publicamente.
A Prefeitura de Santos promoveu a operação de comunicação da URE Valoriza Santos, possibilitando que fossem publicados no Portal de Santos os instrumentos da “audiência pública” para esse empreendimento. Até ai nada de mais. Matérias são publicadas atualizadas sobre tema de interesse dos munícipes de Santos.
Não resta qualquer dúvida que o empreendimento URE Valoriza Santos é uma continuidade empresarial de domínio do mercado de resíduos na região de Santos/SP.
Fechado o CGR TERRESTRE, os grupos TERRACOM e LATTE perdem o mercado da destinação final de resíduos sólidos em Santos e região. E por consequência sofrem uma redução monumental na receita que entra nos caixas das empresas privadas.
Ora, então a URE Valoriza Santos de titularidade Valoriza Energia SPE Ltda. que reune a TERRESTRE AMBIENTAL LTDA. (Terracom e Latte) e a RIBEIRÃO ENERGIA S.A. é vital e estratégica para essas empresas e empresários, entre esses conta com um executivo experiente originário do Grupo Estre Ambiental, empresa “mãe”que está com suas controladas em Recuperação Judicial desde 29/07/2020.
Engenheiros e ambientalistas já se defrontam com informações técnicas diferentes sobre a URE Valoriza Santos. ONGs em defesa do meio ambiente.
O empreendimento envolve inicialmente R$ 300.000.000,00 (trezentos milhoões de reais), o que não será problema para os grupos TERRACOM, LATTE e RIBEIRÃO ENERGIA S.A. investirem na URE Valoriza Santos.
A CETESB é o ponto estratégico para o licenciamento da URE Valoriza Santos. Técnicos contratados para atuar na defesa da URE Valoriza Santos são experientes em licenciamentos ambientais.
O Ministério Público do Estado de São Paulo já entrou na polêmica e recomendou à Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) que suspenda o processo de licenciamento ambiental da URE Valoriza Ambiental.
O que falta mais para a explosiva polêmica ambiental de Santos?