Imagem GOOGLE EARTH mostra o DRENO canalizando o CHORUME para a APP e Arroio das Pedras.
“Uma imagem vale mais que mil palavras” é uma expressão popular de autoria do filósofo chinês Confúcio, utilizada para transmitir a ideia do poder da comunicação através das imagens. O significado deste ditado está relacionado com a facilidade em compreender determinada situação a partir do uso de recursos visuais, ou a facilidade de explicar algo com imagens, ao invés de palavras (sejam escritas ou faladas).
Uma imagem no “Google Earth Pro” vale mais que mil palavras.
O globo terrestre mais detalhado do mundo. O Google Earth Pro é um aplicativo de mapas em três dimensões e você poder ver imagens de satélite, terrenos, lixões, aterros sanitários e construções em 3D em centenas de cidades do mundo, inclusive no município de Gravataí, no Rio Grande do Sul no Brasil.
O leitor deve acessar o Google Earth Pro e na barra de endereço desse aplicativo digite: Estrada Abel de Souza Rosa, 2861 – Neópolis, Gravataí – RS
Ou as coordenadas: LATITUDE: 29°51’28.03″S LONGITUDE: 51° 4’11.06″O
O aplicativo vai abrir para uma imagem, onde a sua direita você vai identificar o aterro de inerte, em Gravataí/RS, onde estão sendo descarregados o lixo contaminado da enchente de Porto Alegre, RS, BR.
Logo após as assinaturas de contrato firmado entre o DMLU e a Unidade de Valorização de Resíduos da Construção Civil São Judas Tadeu Ltda, instrumento público firmado em 21/05/2024, e publicado no Diário Oficial de Porto Alegre em 22/05/2024, no dia seguinte em 23/05/2024, o diretor geral do Departamento Municipal de Limpeza Urbana – DMLU, da Prefeitura de Porto Alegre, Carlos Alberto Hundertmarker reconhece que o lixo da enchente de Porto Alegre está contaminado.
O veículo de comunicação Metrópoles, publicou que o diretor geral do DMLU de Porto Alegre, disse que “seria muito fácil colocar esse resíduo contaminado em outro local, mas nossa equipe está muito preocupada com a destinação correta do que pode estar contaminado”. E mais, que “Essa área é bastante extensa e dará todo o suporte para a destinação do resíduo de Porto Alegre”.
Se o diretor geral do Departamento Municipal de Limpeza Urbana – DMLU Carlos Alberto Hundertmarker declara que está contaminado os resíduos sólidos da enchente da capital gaúcha, não há o que duvidar de suas afirmações. Até porque está fundamentado nos técnicos de resíduos desse órgão público e na sua equipe.
A declaração do diretor geral do DMLU, de que seria muito fácil colocar esse resíduo contaminado em outro local, mas nossa equipe está muito preocupada com a destinação correta do que pode estar contaminado” não fecha com a gestão desses resíduos contaminados em Porto Alegre.
O Empreendimento de titularidade da Unidade de Valorização de Resíduos da Construção Civil São Judas Tadeu Ltda. sociedade, inscrita no CNPJ sob n.º 41.456.813/0001-78, que tem por única sócia a EGTR – Empresa Gaúcha de Tratamento de Resíduos Ltda., empresa essa que integra o grupo Centauro, com sede em Porto Alegre, que teve sua origem via sócios da MECANICAPINA Limpeza Urbana Ltda. tem previsão de receber 180.000 toneladas de resíduos contaminados, como declarado pelo diretor geral do DMLU.
Para esse empreendimento em Gravataí, a Prefeitura de Porto Alegre via o Departamento Municipal de Limpeza Urbana – DMLU está destinando inadequadamente os resíduos contaminados da enchente da Capital gaúcha.
São resíduos inertes, resíduos de saúde, resíduos industriais, resíduos comerciais e de serviços, resíduos químicos, resíduos sólidos urbanos, resíduos domiciliares, resíduos do aeroporto que estão sendo destinados em local impróprio, sem a realização de triagem, e descarregados diretamente no solo sem proteção, compactados e enterrados inadequadamente, lixo sobre lixo, sem sistema de captação de líquidos.
A montanha de lixo contaminado da enchente de Porto Alegre é edificada pela São Judas Tadeu, a 40 metros do arroio das Pedras, em área protegida pela legislação Federal (APP), e que o entorno do lixão que lá está construindo há banhados, é áreas úmidas.
O Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul fez na última quinta-feira, 20/06/2024, uma inspeção no aterro em Gravataí, onde duas promotoras de justiça, acompanhadas de técnicos do Grupo de Assessoramento Técnico do MPRS, vasculharam o empreendimento desde a cabine de recepção do lixo contaminado, que está em área de APP (relatório do GAT aponta a irregularidade) até o Arroio das Pedras.
Não há qualquer dúvida sobre a ausência do serviço contratado pelo DMLU para que a empresa dona do aterro em Gravataí faça a Triagem dos resíduos da enchente de Porto Alegre e o destino final adequado. Processamento e coprocessamento de resíduos também estão ausentes já que não ocorre a TRIAGEM no aterro em Gravataí.
Resíduos contaminados da enchente de Porto Alegre, resíduos químicos, estão presentes na área bota-espera da rua Voluntários da Pátria esquina com a avenida Cairú.
A Prefeitura de Porto Alegre contratou uma empresa por R$ 3.000.000,00 para transferir os resíduos contaminados da enchente de Porto Alegre para o aterro de inertes em Gravataí.
O DMLU desnecessariamente fez montanhas de lixo contaminado na cidade de Porto Alegre para posteriormente serem removidos para o aterro de inerte em Gravataí. Poderia ter enviado os resíduos sem a necessidade de acumular em áreas que deverão passar pela descontaminação.
Sugiro a leitura da matéria que tem por texto “LIXO DA ENCHENTE DE PORTO ALEGRE, DE SAÚDE, INDUSTRIAIS, DOMICILIARES DESCARREGADOS NO LIXÃO DA VOLUNTÁRIOS, E O DMLU DIZ QUE SÃO INERTES, de 17 de junho de 2024. Pode o leitor acessar aqui.
Foto mostra Chorume correndo solto. E o prefeito de Porto Alegre Sebastião Melo (MDB) diz que os resíduos da enchente são INERTES.
RESÍDUOS INERTES não exalam o cheiro do lixo. Quando há o odor de lixo é porque existem resíduos orgânicos no bota-espera.
Quem passa de carro, camionete ou mesmo de caminhão na rua Voluntários da Pátria em Porto Alegre, tem que “fechar os vidros” do veículo para evitarem respirar o odor forte do lixo orgânico naquele local.
Dois pareceres do GAT – Grupo de Assessoramento Técnico do Ministério Público do Rio Grande do Sul, datados de 13/12/2022 e 27/03/2024, ambos assinados pela Engenheira Ambiental Naiara Luise de Souza Garcia, Analista – Biólogo Luciano da Rocha Correa e o Geólogo Sérgio Alfredo Buffon, apontam os ilícitos na área onde a Unidade de Valorização de Resíduos da Construção Civil São Judas Tadeu Ltda. está descarregando lixo contaminado da enchente de Porto Alegre diretamente no solo, sem proteção, sem sistema de captação de líquidos, a 40 metros de Área de Proteção Permanente (APP), e do Arroio das Pedras e construindo dreno de lagoa de chorume para essa área protegida por legislação federal, com circulação de cavalos que buscam se alimentar com resíduos orgânicos contaminados lá dispostos.
Conheça aqui os ilícitos do aterro de inerte em Gravataí.
RELATÓRIO – GAT – Grupo de Assessoramento Técnico do Ministério Público do Rio Grande do Sul, datado de 13/12/2022.