Vamos analisar essa fotografia acima. A fonte é o Google Earth. A imagem mostra a sua direita uma área no município de Fazenda Rio Grande, no Paraná, no Brasil.
O leitor pode ver na imagem analisada, a sua esquerda, o RIO IGUAÇU.
O RIO IGUAÇU é um curso de água que banha o estado do Paraná. É afluente do rio Paraná, o maior curso d’agua desse estado. É formado pelo encontro dos rios Iraí e Atuba na parte leste do município paranaense de Curitiba, junto à divisa deste com os municípios de Pinhais e São José dos Pinhais.
O curso do rio segue o sentido geral leste a oeste com algumas partes servindo de divisa natural entre os estados do Paraná e de Santa Catarina, bem como em certo trecho do seu baixo curso faz a fronteira entre o Brasil e Argentina (província de Misiones).
O RIO IGUAÇU já foi considerado o segundo rio mais poluído do Brasil, superado apenas do rio Tietê, em São Paulo. Certamente piorou com relação a sua poluição.
Esse rio banha parte das terras do município de Fazenda Rio Grande, no estado do Paraná, no Brasil.
Em dezembro de 2020, após alteração na água do Rio Iguaçu, o abastecimento foi suspenso em Curitiba e São José dos Pinhais. Segundo a SANEPAR que vem a ser o órgão público estadual responsável pelo saneamento, na oportunidade testes apontaram anomalia na água. O desabastecimento afetou à época o total de 900 mil pessoas.
Em outras palavras, parte da população de Curitiba e São José dos Pinhais consome a água do RIO IGUAÇU após o tratamento da empresa SANEPAR.
O Rio Iguaçu, no Canal de Água Limpa, serve de captação para a maior Estação de Tratamento de Água (ETA) da região metropolitana, com capacidade de produção de até 3,6 mil litros por segundo.
Quem olha a imagem abaixo capturada no Google Earth, vai observar a sua esquerda da foto a margem do RIO IGUAÇU, onde se identifica a existência de diversas “cavas”. São chamadas pelos moradores e ambientalistas do Paraná, de “CAVAS DO RIO IGUAÇU”, área de proteção ambiental.
As CAVAS DO RIO IGUAÇU estão também nas margens do município de Fazenda Rio Grande e outros pontos nesse curso de água que banha o estado do Paraná.
Fazenda Rio Grande é um município brasileiro do estado do Paraná, que integra a Região Metropolitana de Curitiba. Sua população, conforme estimativas do IBGE de 2019 era de 100.209 habitantes
O biólogo Aldinei dos Santos de Souza, diz que “várzea é a região que fica nas bordas dos rios. A região de várzea é um berçário da vida. Tem luz, umidade e alimento, deste modo muitas espécies animais e vegetais habitam tal região”.
As CAVAS DO RIO IGUAÇU delimitam geograficamente os municípios de Fazenda Rio Grande e Curitiba. A imagem abaixo mostra os “fundos” do aterro sanitário denominado CGR Iguaçu, empreendimento privado que recebe diariamente mais de 2.500 toneladas de resíduos sólidos domiciliares e urbanos, sem a ampliação do aterro sanitário em 2012.
Denominado de Aterro Sanitário Iguaçu, ou Centro de Gerenciamento de Resíduos Iguaçu, o empreendimento pertence a Estre Ambiental Inc, das Ilhas Cayman, empresa afiliada da Avenue Capital Group que tem por CEO e co-fundador Marc Lasry.
O CGR IGUAÇU é licenciado pela empresa Estre Ambiental S.A. do portfólio da Estre Ambiental Inc, que tem por acionista a Energy Sustainable Inc, das Ilhas Cayman, e outros acionistas individuais, entre esses está o Sr. Marc Lasry e a sua irmã Sra. Sonia Gardner, ambos co-fundadores da Avenue Capital Group com sede nos Estados Unidos.
O Adm. Enio Noronha Raffin acompanha esse aterro sanitário, o CGR Iguaçu, desde a sua implantação em Fazenda Rio Grande. Os fatos que envolvem o licenciamento ambiental (LP, LI e LO) pelo antigo Instituto Ambiental do Paraná, em nome da Estre Ambiental S.A, e posteriormente as licenças ambientais em nome da subsidiária CGR Curitiba Ltda., extinta em 31/12/2012 são contados detalhadamente no livro “O SILÊNCIO DO LIXO”.
O início da operação desse empreendimento da Estre Ambiental S.A. ocorreu em 2010, e a seguir a licença ambiental é transferida para a titularidade da subsidiária CGR Curitiba Ltda., em 2012, e a vida desse aterro sanitário em 2013 até a presente data é conteúdo do livro que tem por título “O SILÊNCIO DO LIXO”, do escritor Enio Noronha Raffin (autor do livro “MÁFIA DO LIXO al Kartell, Edição 2004).
O Governo do Estado do Paraná alterou o nome do Instituto Ambiental do Paraná – IAP para Instituto Água e Terra face da incorporação do Instituto de Terras, Cartografia e Geologia (ITCG) e do Instituto das Águas do Paraná (Águas Paraná).
O Adm. Enio Noronha Raffin ingressou no Instituto Ambiental do Paraná – IAP com diversos pedidos de cópias de documentos públicos e certidões, de acordo com a Lei de Acesso as Informações, Lei Federal n° 12.527, de 18 de novembro de 2011. Por sua vez o IAP viabilizou as cópias dos arquivos completos dos documentos do Aterro Sanitário Iguaçu, ou Centro de Gerenciamento de Resíduos Iguaçu.
Esses documentos do empreendimento CGR Iguaçu estavam, à época, numa sala no Instituto Ambiental do Paraná – IAP, que tem a sua sede no município de Curitiba. As fotos dizem tudo.
Junto as pastas do CGR Iguaçu no Instituto Ambiental do Paraná – IAP estavam os documentos do licenciamento do Aterro Sanitário de Mandirituba, área da empresa Camargo Correa no município de Mandirituba que foi negociada com a Estre Ambiental S.A., a partir da compra da CAVO Serviços e Saneamento S.A. então pertencente ao Grupo Camargo Correa.
A Estre Ambiental S.A. possui a titularidade dessa área em Mandirituba/PR, onde faz o licenciamento do Aterro Sanitário de Mandirituba.
O livro “O SILÊNCIO DO LIXO” vai contar a passagem do engenheiro Fernando Ribeiro Bau, à época executivo da Estre Ambiental S.A., quando combatia esse empreendimento em Mandirituba, ainda de titularidade do Grupo Camargo Correa.
O engenheiro Fernando Ribeiro Bau é genro do empresário curitibano Wilson Ferro de Lara, que é um dos acionistas na Estre Ambiental S.A. e amigo pessoal do ex-prefeito e ex-governador Beto Richa.
Fernando Ribeiro Bau em 2013 foi indicado presidente da companhia gerenciadora de resíduos Estre Ambiental S.A. com sede em São Paulo, onde permaneceu até 2014/2015.
Enquanto a área de Mandirituba pertencia ao grupo Camargo Correa, o engenheiro Fernando Ribeiro Bau denunciava esse empreendimento por supostos crimes ambientais, e atuava junto a entidade de moradores para ser aprovada uma lei na Câmara Municipal de Mandirituba que impedisse a construção de aterro sanitário no município de Mandirituba. Tudo no interesse de evitar que o grupo Camargo Correa viesse a construir e licenciar o seu aterro sanitário em Mandirituba, a 40 km de Curitiba/PR, e adiantes fosse capaz de fazer concorrencia a ESTRE no mercado da destinação final de resíduos no Paraná.
Quando esse imóvel em Mandirituba passou para a titularidade da companhia Estre Ambiental S.A., o engenheiro Fernando Ribeiro Bau já não via mais os crimes na área da Camargo Correa, os quais denunciou a entidade de moradores.
O Adm. Enio Noronha Raffin ao escrever o livro “O SILÊNCIO DO LIXO”, buscou em seus arquivos fotografias e vídeos dos empreendimentos de Mandirituba e de Fazenda Rio Grande.
Em outubro de 2010, dias antes da transferência do lixo do aterro sanitário da Caximba (Curitiba) para o CGR Iguaçu (Fazenda Rio Grande), o Adm. Enio Noronha Raffin juntamente com o líder comunitário e presidente da ADECOM CAXIMBA, Sr. Jadir Silva de Lima, fizeram um sobrevoo sobre as áreas de Mandirituba, Caximba, e Fazenda Rio Grande, onde foram registrados os empreendimentos aterros sanitários. Olhando o recibo da empresa de fretamento aéreo, pode se identificar a data de 29/10/2010.
Olhando as fotografias datadas de 29/10/2010 do CGR Iguaçu construído pela Estre Ambiental S.A. no município de Fazenda Rio Grande/PR, pode se identificar as CAVAS DO RIO IGUAÇU. Do projeto inicial do CGR IGUAÇU protocolado no Instituto Ambiental do Paraná (IAP), no final de 2013 já se identifica profundas alterações até a presente data. Principalmente sobre as CAVAS DO RIO IGUAÇU onde construiram estrada e um aterro sanitário.
As fotografias coletadas pelo Adm. Enio Noronha Raffin mostram o CGR Iguaçu antes do início da sua operação de recebimento de resíduos sólidos no empreendimento.
Consultando o Google Earth, em 2021, essa extraordinária ferramenta apresenta um aterro sanitário da Estre Ambiental S.A. sobre as CAVAS DO IGUAÇU, empreendimento que não constava no licenciamento ambiental protocolado no Instituto Ambiental do Paraná.
Isso é gravíssimo. O empreendimento privado CGR Iguaçu, licenciado pelo IAP serviu para uma ampliação desse aterro sanitário sobre as CAVAS DO RIO IGUAÇU? E o IAP/ITA licenciou? A pasta de Meio Ambiente de Fazenda Rio Grande/PR licenciou esse empreendimento sobre as CAVAS DO RIO IGUAÇU?
O fato merece uma profunda mobilização de moradores de Fazenda Rio Grande e de Curitiba e entidades ambientalistas do Paraná.