As Financeiras BRK e Portocred tiveram as suas liquidações extrajudiciais decretadas pelo Banco Central na última quarta-feira (15/02/2023). Sem dar mais detalhes acerca do motivo da atitude, a instituição bancária máxima do país já fez até a escolha da liquidante.
Dessa forma, a empresa Veritas Regimes de Resolução Empresarial foi apontada como liquidante da BRK já na quarta-feira. Além disso, o BC também tornou indisponíveis os bens do controlador da financeira, Nelson Nogueira Pinheiro, e dos seus ex-administradores Eduardo Rosa Pinheiro e Valdir Moreno.
Segundo uma reportagem do jornal Valor Econômico de outubro do ano passado, a família Pinheiro já planejava abrir mão do controle da BRK. Entretanto, como as ações do clã estão penhoradas por credores de outra empresa, a Brickell, eles não podem vendê-las.
Assim, a operação na BRK consistia em um aumento de capital, subscrito por novos acionistas, no qual Nelson Nogueira Pinheiro seria diluído até a perda de controle. Atualmente, dados financeiros da companhia demonstram que esses novos sócios já colocaram R$ 47 milhões na instituição.
Ainda de acordo com o jornal, desde 2019 a família Pinheiro vinha buscando um investidor para a BRK. Assim, o clã acabou se aproximando do Grupo Leão Leão, de Ribeirão Preto, com quem já tinha um bom relacionamento comercial.
Entretanto, como esse grupo não tinha experiência comprovado no setor financeiro, houve receio de que a operação não fosse chancelada pelo Banco Central. Dessa forma, as negociações acabaram emperrando.
Recentemente, Henrique Peretto, CEO e cofundador da fintechs Cartos, se uniu aos Leão no aporte. Com isso, a família tinha a expectativa de que a transação fosse aprovada pelo Banco Central nos próximos meses, o que não aconteceu.
Outra empresa que também teve sua liquidação judicial decretada na última quarta-feira foi a PortoCred. Na decisão, o BC apontou que a financeira possui comprometimento patrimonial que pode levar a “graves violações das normas legais que regulamentam o funcionamento da instituição”.
Assim, a empresa liquidante nomeada para tomar conta do caso foi a Cornélio Farias Pimentel. De acordo com o BC, os ativos da PortoCred estariam avaliados em torno de R$ 659,6 milhões.
Fonte: FDR