A Ecoparque Pirapora Ambiental S.A., controlada pela Vital Engenharia Ambiental S.A., ambas do Grupo Queiróz Galvão, pretende instalar na pequena cidade de Pirapora do Bom Jesus, em São Paulo, um aterro sanitário destinado a receber resíduos sólidos domiciliares e públicos, ditos urbanos, e um segundo aterro para resíduos industriais, ambos com potencial poluidor significativo, que tem por alvo a área da Fazenda Cacique.
Pretende a Ecoparque Pirapora enterrar 7.000 toneladas de lixo por dia no aterro sanitário de resíduos domiciliares na Fazenda Cacique em Pirapora do Bom Jesus.
Os dois empreendimentos privados (que visam o LUCRO) estão em fase de licenciamento ambiental na CETESB. A OSCIP Ação Ambiental ingressou na Justiça de São Paulo, na Comarca de Santana de Parnaíba, com Ação Civil Pública no. 1008478-08.2024.8.26.0529 contra a Ecoparque Pirapora Ambiental S.A., em face de ilícitos apontados em 84 páginas na inicial e anexos totalizando 1272 folhas, entre as irregularidades está a área na Fazenda Cacique que a entidade afirma ser imprópria para a construção de aterro com potencial poluidor.
Certamente o trânsito de veículos na pequena cidade de Pirapora do Bom Jesus será um caos. Centenas de veículos caminhões carretas carregadas com 20 toneladas com lixo domiciliares, poderão vir a trafegar no trajeto entre a área urbana da pequena cidade de Pirapora do Bom Jesus e a Fazenda Cacique, local onde a Ecoparque Pirapora Ambiental S.A. pretende instalar os dois aterros.
A Ecoparque Pirapora informou a CETESB que serão 350 viagens por dia com caminhões carretas de 20 toneladas, esquecendo que o veículo que vai tem que voltar.
Na verdade, considerando apenas os resíduos sólidos urbanos (domiciliares e públicos) o total é de 700 viagens/dia (veículo caminhão carreta carregada com 20 toneladas de lixo na ida, volta descarregado). Em 37 anos (vida útil do aterro sanitário de resíduos sólidos urbanos) serão 9.324.000 (nove milhões e trezentos e vinte e quatro mil) viagens de caminhões carretas com resíduos domiciliares da cidade de São Paulo a serem destinados na área da Fazenda Cacique na pequena cidade de Pirapora do Bom Jesus.
Os caminhões carretadas retornam vazios. Farão na volta do aterro sanitário o mesmo caminho que na ida, passando mais uma vez por dentro da área urbana da cidade de Pirapora do Bom Jesus.
Esses caminhões carretas carregadas com 20 toneladas de lixo domiciliar vão trafegar, diariamente, por 37 anos, na avenida José de Almeida Neves em Pirapora do Bom Jesus, a frente do Portal de Romeiros que vem a ser um local turístico e de devoção ao Senhor de Bom Jesus.
Nessa artéria pública municipal está localizada a Escola Municipal Mestra Chiquinha, instituição de ensino de educação básica com funcionamento apenas da etapa de formação de Educação Infantil onde frequentam dezenas de filhos de moradores da pequena cidade de Pirapora do Bom Jesus.
Há nessa artéria centenas de casas residenciais, a sede da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente da Prefeitura de Pirapora do Bom Jesus, restaurantes, padaria, hortifruti e açougue, o estabelecimento de Saúde Pública Pronto Atendimento Municipal 24h,
Nessa mesma avenida está a praça municipal com equipamentos de esportes, entre esses uma quadra de basquete e pista de skate, locais onde frequentam centenas de crianças, jovens, e adultos, diariamente, as quais transitam pelas calçadas da referida avenida por onde vão trafegar diariamente centenas de caminhões carretas carregadas de lixo tóxico e domiciliar. No final da avenida José de Almeida Neves se encontra a sede da Polícia Civil de Pirapora do Bom Jesus.
Não há qualquer dúvida de que a avenida José de Almeida Neves, em Pirapora do Bom Jesus não foi planejada, projetada e construída para receber o total 9.324.000 (nove milhões e trezentos e vinte e quatro mil) viagens de caminhões carretas carregadas com lixo tóxico e domiciliar da cidade de São Paulo, por 37 anos.
A localização de Pirapora do Bom Jesus é inadequada para a trafegabilidade de centenas de caminhões carretas, essas carregadas com 20 toneladas de lixo tóxico e domiciliar, transitando nas 24 horas, de segunda a segunda-feira, veículos os quais vão percorrer artérias dentro da cidade, em centenas de viagens de idas e voltas, do ponto de acesso ao município a área do aterro sanitário da Ecoparque Pirapora Ambiental S.A. na Fazenda Cacique.
A cidade de Pirapora do Bom Jesus, na região Oeste, na Grande São Paulo, tem 18.836 habitantes (IBGE/2022). O número de eleitores em Pirapora do Bom Jesus representa 78,1% da população total da cidade, de acordo com o Censo de 2022 do IBGE.
O prefeito atual de Pirapora do Bom Jesus, Sr. Dany Wilian Floresti não concorreu a reeleição. Termina seu mandato de prefeito em 31/12/2024.
O candidato Gregório Rodrigues Pontes Maglio foi eleito prefeito em Pirapora do Bom Jesus. Seu Plano de Governo (2025-2028) publicado no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo nada fala sobre o aterro sanitário, muito menos sobre lixo domiciliar e industrial. Palavras não citadas no Plano de Governo de GREGÓRIO.
Em nenhum momento o candidato eleito GREGÓRIO fez constar no seu Plano de Governo qualquer citação sobre lixo domiciliar e industrial e que a empresa Ecoparque Pirapora Ambiental S.A., controlada pela Vital Engenharia Ambiental S.A., ambas do Grupo Queiróz Galvão, pretende construir na Fazenda Cacique, em Pirapora do Bom Jesus, um aterro sanitário para receber 7.000 toneladas de lixo da cidade de São Paulo.
GREGÓRIO descreve no seu Plano de Governo o projeto “Pirapora Verde – Programa de valorização do nosso meio ambiente, através da reurbanização e criação de novos espaços de lazer ao ar livre. Incentivo ao plantio de árvores e coleta seletiva de resíduos.”
Poderia o candidato Gregório ter incluído no seu Plano de Governo a maior polêmica na área do meio ambiente de Pirapora do Bom Jesus. Esqueceu o candidato eleito de mencionar os dois mega-aterros (industrial e domiciliar) que a empresa do Grupo Queiróz Galvão pretende instalar na pequena “Cidade da Fé Viva”, município que anualmente recebe 600.000 visitantes, entre esses os romeiros que lá se fazem presentes para homenagear e pedir graças ao Bom Jesus de Pirapora.
A diferença de votos entre os candidatos GREGÓRIO e RAUL BUENO foi de apenas 451 votos. Fico me perguntando se tivesse o candidato GREGÓRIO incluído em seu Plano de Governo, no tema MEIO AMBIENTE, de que Pirapora do Bom Jesus poderá ter um aterro sanitário e um aterro industrial, de alto potencial poluidor qual seria o resultado da Eleição 2024?
Como explicar aos eleitores e moradores de Pirapora do Bom Jesus que serão enterradas 7.000 toneladas de lixo domiciliar, diariamente, essas toneladas vindo da megalópole São Paulo, que enfrenta problemas do seu tamanho como a destinação final de resíduos domiciliares?
Certamente permitir a instalação de um aterro sanitário privado para a destinação final de 7.000 ton/dia de lixo domiciliar na cidade de Pirapora do Bom Jesus, oriundo o lixo da cidade de São Paulo, não é valorizar o meio ambiente de Pirapora do Bom Jesus. Ou estou errado?
É importante ressaltar que a Avenida José de Almeida Neves, principal via de acesso à área dos dois mega-aterros, não foi projetada para suportar um fluxo tão intenso e incompatível de veículos pesados.
O prefeito eleito GREGÓRIO vai herdar o passivo ambiental do governo do atual prefeito Dany Wilian Floresti, que apoiou a campanha do candidato do MDB vencedor fazendo doação financeira além de conceder seu apoio público na cidade de Pirapora do Bom Jesus.
O prefeito Gregorio Rodrigues Pontes Maglio terá em 2025 a maior polêmica na área do meio ambiente de Pirapora do Bom Jesus.
Um fato é certo. Moradores de Pirapora do Bom Jesus não querem ouvir que essa cidade seja reconhecida popularmente como a lixeira da megalópole São Paulo.
E se você leitor acha que não vão ocorrer acidentes em Pirapora do Bom Jesus, basta dar uma lida nas matérias abaixo.
A população de Pirapora do Bom Jesus estará constantemente exposta ao risco de acidentes envolvendo esses veículos de grande porte, sem contar a exposição à poluição atmosférica e sonora, o mau cheiro e a proliferação de vetores de doenças, como ratos, baratas e moscas.
A presença maciça de caminhões carretas também inviabilizará o turismo religioso, principal fonte de renda da cidade. Os romeiros, que buscam em Pirapora do Bom Jesus um local de paz e espiritualidade, certamente evitarão a cidade, temendo pela sua segurança e bem-estar.