Os 27 mil moradores da cidade de Taquari, no Rio Grande do Sul, aguardam que o prefeito André Brito divulgue o Relatório Técnico com o Laudo da Perícia realizada pelo biólogo Jackson Muller na área do projeto do aterro sanitário na localidade de Amoras, empreendimento de interesse da empresa privada paulista SUSTENTARE SANEAMENTO S.A.
O prefeito André Brito declarou algum tempo passado, menos de 10 dias, que “não vou me posicionar pela emoção, estou esperando o embasamento técnico”, quando foi entrevistado por veículo de comunicação na região do Vale do Taquari, o Terceiro Vale Mais Fértil do Mundo.
O slogan “Vale do Taquari, o Terceiro Vale Mais Fértil do Mundo” é amplamente divulgado no site da Prefeitura de Taquari, conforme mostra a imagem abaixo.
Quando se referiu que “não iria se posicionar pela emoção”, estava o prefeito André Brito considerando muito provavelmente o que aconteceu na Câmara de Vereadores de Taquari, em 15/03/2022, quando na sessão da “Casa do Povo”, os vereadores(as) do município de Taquari, no Rio Grande do Sul, Ademir Fagundes, Maria do Carmo da Silva Santos, José Harry Saraiva Dias, Sérgio Diogo Duarte Pereira, Luis Henrique de Quadros Porto, Ana Paula Nunes Arnt e Aldo Gregory, aprovaram por “unanimidade” o Projeto de Lei nº 5.550/22 que “Proíbe a instalação de aterro sanitário, ou similar, e o recebimento e a destinação de resíduos sólidos domiciliares, públicos, urbanos e rejeitos de qualquer natureza no Município de Taquari, estado do Rio Grande do Sul, e dá outras providências“, de autoria do vereador Sérgio Diogo Duarte Pereira, popularmente conhecido por Sergio Bioextinset.
A área do projeto do aterro sanitário da SUSTENTARE SANEAMENTO S.A., na localidade de Amoras, no município de Taquari, foi visitada pelo Promotor de Justiça do MP-RS, da Promotoria de Taquari, André Prediger que afirmou que “não há condições do local servir de aterro sanitário”. “Está repleto de nascentes de água, tem sangas que dá para tomar banho, chega a ter uma cascata. Não existe a menor possibilidade”.
A visita na área em Amoras teve a presença de um grupo de moradores, de lideranças, e contou com as participações do biólogo Jackson Muller e do promotor de Justiça André Prediger, que por 5 horas de caminhadas sobre o terreno onde pretende a empresa SUSTENTARE construir um aterro sanitário identificaram essas ocorrências acima e certamente outras mais.
Considerando que o Promotor de Justiça do MP-RS, da Promotoria de Taquari, André Prediger visitou a área de Amoras na companhia de lideranças e do biólogo Jackson Muller, e que posteriormente em entrevista a veículo de comunicação da região, declarou que “não há condições do local servir de aterro sanitário”. “Está repleto de nascentes de água, tem sangas que dá para tomar banho, chega a ter uma cascata. Não existe a menor possibilidade”, é de se acreditar que o Relatório Técnico do biólogo Jackson Muller vai apontar essas nascentes e cascata na área de Amoras, e outras ocorrências que lá existem e que não foram mencionadas no projeto do aterro sanitário da SUSTENTARE SANEAMENTO S.A, denominado CTR VALE DO TAQUARI, e que tramita na FEPAM-RS.
São águas subterrâneas que afloram na área de Amoras em Taquari, onde querem enterrar mais de 7 milhões de toneladas de lixo de 36 municípios gaúchos. Águas que partem do invisível e passam a ser visíveis na área, na localidade de Amoras, e que a empresa SUSTENTARE não viu, ou se viu não fez questão de mencionar no Projeto do aterro sanitário CTR VALE DO TAQUARI que tramita na FEPAM-RS.
Popularmente dito, esconderam essas informações de 27.000 (vinte e sete mil) moradores de Taquari, quando promoveram a AUDIÊNCIA VIRTUAL na data de 27/01/2022, convocada pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luis Roessler – FEPAM-RS, conforme edital publicado no Diário Oficial de 10/12/2021, que o leitor e morador de Taquari pode acessar aqui.
O atual prefeito de Taquari, André Brito, era o vice-prefeito na gestão passada, quando o prefeito era Maneco Hanssen, e ambos poderiam ter evitado essa polêmica da construção do aterro sanitário na área de Amoras em 2022.
Em 2019, o prefeito Maneco Hansen e o vice-prefeito André Brito ao tomarem conhecimento de que a SUSTENTARE SANEAMENTO S.A. requereu, em 19/02/2019 e 26/02/2019, duas certidões da Prefeitura de Taquari, a primeira sobre o Zoneamento para construção de um aterro sanitário e a segunda que trata do ingresso de resíduos sólidos domiciliares e urbanos em Taquari, deveriam à época esses executivos municipais terem noticiado a Câmara de Vereadores e aos moradores de Taquari, o interesse empresarial na construção de um aterro sanitário para receber lixo de 36 cidades do Vale do Taquari, e que dariam 25 empregos, que os materiais da construção seriam adquiridos no comércio local, que não teriam problemas com poluição, e que seria um investimento milionário na localidade de Amoras.
Na data de 14 de setembro de 2019, a SUSTENTARE ingressou no protocolo da FEPAM-RS para iniciar o procedimento de licenciamento ambiental do Aterro Sanitário CTR VALE DO TAQUARI.
De fevereiro de 2019 a dezembro de 2020, o prefeito Maneco Hanssen e o vice-prefeito André Brito tiveram muito tempo para noticiar aos 27 mil moradores de Taquari de que a SUSTENTARE tomou a iniciativa do licenciamento ambiental para a construção do aterro sanitário, afinal a Prefeitura de Taquari possui um Departamento de Meio Ambiente, à época, exatamente para acompanhar os assuntos de relevância com o Meio Ambiente de Taquari. Mas algo evitou que isso acontecesse. Não noticiaram absolutamente nada. O Silêncio no Lixo de Taquari foi total em 2019 e 2020.
Poderiam lá atrás em 2019 e 2020 terem providenciado um RELATÓRIO TÉCNICO sobre o Zoneamento da Área onde pretendiam construir um aterro sanitário em Taquari, assim como o atual prefeito de Taquari fez ao publicar a nota oficial em 11 de fevereiro de 2022, quando contratou o biólogo Jackson Muller para produzir um embasamento técnico, uma perícia técnica da área de Amoras integrantes de um Relatório Técnico.
A GESTÃO MANECO-BRITO não noticiou em 2019 e 2020 que havia uma empresa interessada em construir um aterro sanitário em Taquari, assim como não se preocuparam de contratar um EMBASAMENTO TÉCNICO, com Relatório Técnico e Laudo da Perícia da área de Amoras.
E se não desejavam que fosse construído um aterro sanitário em Taquari, deveria a GESTÃO MANECO-BRITO ter encaminhado um Projeto de Lei do Executivo Municipal para a Câmara de Vereadores, tendo por tema o Meio Ambiente de Taquari, a gestão de resíduos sólidos domiciliares e urbanos do Município, a reciclagem, a destinação final dos resíduos sólidos, o ingresso de lixo de outros municípios, e outros, fundamentados na Política Nacional de Resíduos Sólidos, LEI Nº 12.305, DE 2 DE AGOSTO DE 2010, assinada Brasília, 2 de agosto de 2010; 189o da Independência e 122o da República. Luiz Inácio Lula da Silva.
Mas a GESTÃO MANECO-BRITO nada fez para evitar que se construísse um aterro sanitário na área de Amoras, nem que se evitasse de Taquari receber lixo de outros municípios gaúchos, e do Brasil, e sem lei, ficou fácil para gerar essa polêmica da CTR VALE DO TAQUARI, um aterro sanitário que pode enterrar mais de 7 milhões de toneladas de lixo na localidade de Amoras, em Taquari, lixo esse vindo de outros municípios, que contribuem com o enorme passivo que pode ser gerado em uma área que tem nascentes, muitas nascentes, cascata, mata nativa e movimentação da mastofauna local, fauna caracterizada com uma diversidade de mamíferos.